segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Competências de Escrita

Ao trabalharmos o tema “Competências de Escrita”, a docente disponibilizou dois textos sobre a temática. O primeiro é um pequeno excerto do livro “Quando for grande quero ir à Primavera” de José Pacheco, e o segundo, um texto de Luísa Álvares Pereira, chamado “A escrita na escola do 1º Ciclo”.

Com a leitura destes textos pretende-se fazer uma reflexão sobre toda a complexidade que envolve o desenvolvimento da escrita no 1ºCiclo. Tendo como ponto de partida as “Competências Essenciais do Ensino Básico”, os textos destacam o papel do professor em criar condições para a construção de competências no desenvolvimento da escrita.

Vamos apresentar de forma sucinta os pontos mais importantes destes textos.

• Texto: “Passos determinantes para um ensino autêntico da escrita no Primeiro Ciclo”

- Pereira, Luísa Alvares; Como abordar…A escrita no 1.º Ciclo do Ensino Básico. Areal Editores, 2005

Este texto reflecte algumas dimensões do desenvolvimento da escrita no 1.º Ciclo e apresenta dez passos determinantes para este processo:

1) Relação escrita - oralidade

As relações entre estas duas dimensões não podem ser consideradas totalmente dependentes ou separadas uma da outra. A produção escrita, em comparação à produção verbal oral, possui um nível de dificuldade superior, pois o locutor deverá ser capaz de gerir e avaliar o conteúdo a dirigir ao destinatário e ter atenção à linguagem utilizada na transmissão do conteúdo da mensagem.



2) Diversificação dos escritos


É importante a diversificação de textos, por parte dos alunos, para que estes possam compreendam que a escrita serve também para comunicar, tendo em conta o contexto social e cultural, e ainda serve como uma estratégia de aprendizagem. A elaboração de sínteses, resumos ou textos de assunto concreto permitem que o aluno siga a organização textual, consciencializando-se da maneira como se escreve.

3) Escrita e pensamento

A aprendizagem do escrever exige tempo de maturação e a criação de condições para que o que se aprende em determinada situação seja canalizado para outra situação de escrita.
Escrever não significa exprimir ou representar algo que já existia, mas produzir algo que não existe ainda.

4) Escrever é planificar


Afirmar que escrever significa produzir um acto de linguagem novo não significa, no entanto, que não se possa ensinar o aluno a configuração do seu texto e/ou antecipar algumas das ideias que o texto pode complementar. Ou seja, pode-se ajudá-lo a planificar o seu discurso, entendendo a planificação como uma representação interna dos conhecimentos que deverão ser mobilizados para escrever um texto. Esta representação é abstracta e contém em si vários sub-processos: produção de ideias, organização de ideias e precisão dos objectivos a perseguir com o texto



5) Socialização dos escritos


A produção de textos no 1.º Ciclo deve ser integrada numa perspectiva de socialização , permitindo ao professor determinar a finalidade do texto.

A motivação para a criação de textos surge aquando da criação de oportunidades de escrita que façam sentido para os alunos, permitindo-lhes a descoberta da importância da escrita no decorrer da sua vida.

6) Escrever é rever o texto


Quando se pede aos alunos a produção de textos é importante planear os momentos em que a escrita é avaliada e os momentos em que a escrita surge apenas, como objecto de estudo e trabalho. Quando nos centramos no processo de aprendizagem da escrita devem ser dedicados momentos à programação e organização do texto e à posterior revisão dos textos dos alunos. Esta revisão pode ser elaborada com recurso a alguns instrumentos como fichas de orientação e listas de verificação, de modo a permitir aos alunos perceber aquando da visualização de textos, e assim perceber os ganhos da sua reformulação.

7)Aprende-se a escrever escrevendo

Na aprendizagem da escrita é essencial preparar os alunos para a execução de exercícios que se relacionem com operações linguísticas. A leitura de textos bem construídos e a sua posterior reflexão são um bom processo para a continuação da aprendizagem da escrita.

8)Interacção leitura-escrita

A leitura da maioria de textos pode servir de instrumento para a aprendizagem da escrita.

9) Imagem do sujeito escrevente

Para que um aluno se sinta motivado para escrever e para que se possa assumir como autor de um texto é importante o papel da escola enquanto facilitadora de espaços de interacção e motivos para a escrita, onde aí o sujeito se releva autor dos seus textos e ainda fazer com que o tempo de leitura e escrita, por parte do aluno, seja aproveitado como tempo de aprendizagem da competência de leitura e de escrita.

10) Complexidade da tarefa de escrita


A aprendizagem da escrita é complexa e difícil, por isso, é preciso que o aluno crie uma relação de confiança na sua própria capacidade para produzir textos coerentes e que tome consciência de que o processo do conhecimento escrito permanece com uma vasta variedade de textos.


Para se modificarem as práticas de ensino e aprendizagem da escrita na escola do 1ºCiclo, indo ao encontro das competências Essênciais do Ensino Básico, é necessário assumir que, tal como dizem alguns investigadores, as competências não se ensinam, antes se criam condições para a sua construção.

- Para ler texto:" Passos determinantes para um ensino autêntico da escrita no Primeiro Ciclo”, clique aqui.

Texto:” Quando eu for grande quero ir à Primavera”

- Pacheco, José; Quando eu for grande quero ir à Primavera

Este texto é um apontamento pessoal e profissional de José pacheco,passado com o próprio, na escola da Ponte, onde é Professor. José Pacheco faz uma análise crítica, não só do momento sócio-político do regime da altura, como da corrente pedagógica que orientava a prática de uma docência que se estava a desvanecer nos seus ideais, sem deixar de apontar outros príncipios, por onde, decerto, iriam passar , obrigatóriamente , os destinos daquela escola.

Para ler o texto de Jose Pacheco , clique aqui.

Deixamos aqui um artigo sobre o tema.

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